domingo, 19 de abril de 2009

SOBRE A TÉCNICA NO VIDEODANÇA

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por Vivian Mortean e Marlon de Toledo


A video art assim como a videodança não seguem necessariamente uma continuidade narrativa lógica e linear. Elas se desenvolvem em direção ao discurso metalingüístico do vídeo e à mistura de tipos de arte. Tendo a câmera como ponto de intersecção e aparato mediador da imagem apresentamos aqui assuntos técnicos a respeito das possibilidades de câmera, utilizados como ferramentas no momento da elaboração e realização de um discurso artístico de vídeo.


PLANOS

Um filme é dividido em seqüências, cenas e planos. O plano corresponde a cada tomada de cena, ou seja, à extensão de filme compreendida entre dois cortes. Significa dizer que o plano é um segmento contínuo da imagem estabelecendo uma relação direta com o objeto filmado.

- plano geral: apresenta todo o contexto onde será desenvolvida a ação. Ex: um restaurante
- plano conjunto: apresenta um elemento que compõe o espaço da cena. Ex: a mesa do restaurante.
- plano americano: em relação ao copo humano a imagem se faz da altura dos joelhos para cima
- plano médio: em relação ao corpo humano a imagem se faz da altura da cintura para cima
- primeiro plano ou close: imagem com o rosto de uma pessoa.
- plano detalhe: mostra com muita proximidade detalhes do objeto ou pessoa. Ex: o pé da mesa do restaurante; a orelha de uma pessoa
- primeiríssimo plano: a câmera se faz tão perto do objeto que a imagem vista é praticamente abstrata
- plongé: a câmera está posicionada em uma diagonal baixo-cima
- contra plongé: a câmera está posicionada em uma diagonal cima-baixo
- over the shoulder: a câmera está posiciona por cima do ombro de uma pessoa


MOVIMENTOS DE CÂMERA

As primeira tentativas de se registrar imagens em movimento eram reproduções curtas que se desenvolviam em áreas de um metro quadrado com a câmera sempre em posição fixa. Considera-se que o primeiro filme voltado para captação de movimento o qual se utilizou do movimento de câmera foi em Intolerance (1916), de D.W. Griffth, com a participação da bailarina Ruth St. Dennis*. O movimento de câmera trouxe para a imagem não só a possibilidade de realizar planos contínuos mas também de acompanhar desenvolvimento de uma ação sem a necessidade de cortes.

- panorâmica (pan): movimento de câmera sobre um eixo horizontal
- tilt: movimento de câmera sobre um eixo vertical
- travelling: passeio da câmera pelo espaço
- chicote: movimento brusco da câmera formando uma imagem abstrata; é também utilizado como forma de edição entre planos distintos
- birds eye: passeio de câmera com um olhar superior

NOMENCLATURA TÉCNICA

- dolly: carrinho sobre trilhos muito utilizado na realização de travellings
- câmera na mão: contato direto com a câmera revela na imagem a presença do vídeo maker
- tripé: equipamento para estabilizar a câmera e realizar panorâmicas e tilts com maior precisão
- grua: guindaste utilizado para realizar grandes passeios com a câmera em altura superior ao tripé
- steady cam: equipamento onde a câmera é presa ao corpo do cinegrafista através de amortecedores e cintas elásticas, dando liberdade para a movimentação do cinegrafista sem solavancos nas imagens.


*Dança em Foco, v2. : videodança / curadores Paulo Caldas e Leonel Brum. Rio de Janeiro: Oi Futuro, 2007

*Marcus Moraes, Oficina Miniclipes de Dança. PIP – Pesquisa em Dança: Curitiba, 07 a 12 de dezembro, 2008.


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