Dando continuidade às atividades que envolvem processo de criação em videodança, Carmen Jorge* faz uma breve entrevista via email, com o compositor e músico Vadeco, sobre o processo de criação e os primeiros resultados configurados na videodança “Lapse” e “Pinko5” apresentada na mostra PIP POP* no dia 29/04/09:
CJ: Vadeco, você sonorizou os dois videodanças “Lapse” e “Pinko5”, você reconhece unidade entre os dois trabalhos?Por quê?
Sim, principalmente pelo fato de eu ter feito a música para ambos os projetos, e o Marlon ter editado. Apesar de serem músicas de estilos diferentes, existem algumas regras que eu utilizei para os dois trabalhos, entre elas a utilização de loops construídos de maneira musical, ou seja, musicando e seguindo alguns padrões de forma que achei importante para as edições clipadas.
CJ: Para mim são dois trabalhos completamente diferentes. Como você vê a questão da singularidade dentro da unidade?
Quando se realiza uma pesquisa coletiva é muito provável que os envolvidos se “contaminem” com as mesmas referências, e essa contaminação acaba contribuindo para a inter-relação dos produtos, vejo isso como um ponto positivo, pois demonstra que o processo esta sendo desenvolvido colaborativamente e isso promove uma unidade estética. A singularidade se apresenta com a pessoalidade, ou as referencias pessoais, que são desenvolvidas num processo maior, mais profundo e mais complexo.
CJ: A unidade visual é construída através da composição, centralização e simetria. O que seria a unidade sonora?
A unidade sonora está relacionada com timbre, forma e conceito. Apesar de os dois trabalhos serem completamente diferentes, eles têm características tímbricas em comum e a forma segue o conceito de videoclip.
CJ: Como foi o processo de criação para esses videodanças?
Com cada um dos bailarinos conversamos primeiramente em relação ao conceito de cada um dos trabalhos, depois buscamos referências sonoras para nortear o processo de sonorização, após muitas conversas e discussões encontramos um caminho e seguimos nele até a finalização.
*Carmen Jorge: Coreógrafa idealizadora do projeto Tecnolaboraterritório;
*PIP POP: Mostra de processo de criação em Videodança.
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terça-feira, 16 de junho de 2009
PEQUENAS ENTREVISTAS / VADECO
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segunda-feira, 18 de maio de 2009
Pequenas Entrevistas/Marlon de Toledo
Dando continuidade às atividades que envolvem processo de criação em videodança, Carmen Jorge* faz uma breve entrevista via email, com o artista Marlon de Toledo sobre o processo de criação e os primeiros resultados configurados nas videodanças “Lapse” e “Pinko5” apresentados na mostra PIP POP* no dia 29/04/09:
CJ: Marlon, por que você e os respectivos criadores escolheram o formato de “Clip”, ou seja, imagens seguindo os ritmos da música, para o formato dos videodanças “Lapse” e “Pinko5”?
Talvez porque o formato clipe não tenha sido uma escolha, tenha sido uma condição para a realização dos trabalhos, num bom sentido. Partimos de uma oficina cujo nome era "miniclipes de dança", no nome já tem a palavra clipe, pra começar, na oficina, o exercício era esse mesmo, colocar a imagem na música, no tempo. Ouvi muito a expressão "edição clipada", que é a edição, o corte, no tempo da música. Esse recurso, ainda que muito utilizado, me interessou na pesquisa, e como processo pude aplicá-lo nos dois clipes, com algumas diferenças. Por exemplo: em "Lapse" vemos isso o tempo todo, foi um dos principais recursos e uma das principais escolhas/condição para realização, já em "Pinko5" vemos a edição clipada apenas nos primeiros 3 capítulos, enquanto nos dois restantes a música colabora muito mais para a criação dos ambientes do que para a edição. É interessante observar que nos dois clipes (Lapse e Pinko5) o som só veio depois da edição. Nas fases de pré-produção e produção não havia som nenhum, nem música, haviam idéias do que poderia ser o som ou a música de cada vídeo. Isso difere muito da idéia de clipe, dos clipes da MTV, por exemplo, onde a música é a geradora das imagens, primeiro existe a música depois as imagens e depois as duas coisas sincronizadas. No nosso processo a música só apareceu na pós-produção, depois de um primeiro corte de cada vídeo. Depois desse primeiro corte e das composições do Vadeco prontas é que foram se delineando as edições finais de cada vídeo, e se tornando os clipes de dança.
CJ: Você reconhece o editor como coreógrafo num trabalho de videodança? Em que sentido?
É um pouco difícil dizer isso, porque o editor tem a incumbência de montar as sequências de imagens.De alguma forma pode-se afirmar que o editor exerce uma tarefa no vídeo análoga ao do coreógrafo na cena. Porém é preciso muito cuidado para não haver uma generalização. A função do editor numa obra cinematográfica é montar a sequência de imagens conforme estava prevista no roteiro e gravada na fase de produção, é um trabalho sobretudo técnico, mas conta com o feeling do editor, no fim das contas é o editor que decide exatamente onde começa e onde termina cada plano, qual take ficou melhor, etc, mas estas informações já vem descritas na decupagem, e cabe ao editor optar pelas escolhas do diretor do filme. Obviamente o editor sempre pode modificar alguma coisa, mas sempre com o aval da equipe, não são raros os casos dos roteiros que são modificados na ilha de edição, porque neste momento é que há a materialização do que estava previsto no roteiro e nem sempre funciona, muitas vezes é preciso trocar de lugar, suprimir, reorganizar, para surtir o efeito desejado pelo diretor, e o editor/montador é quem instrumentaliza isso.
No caso do processo videográfico isso não é muito diferente, mas como é um processo muito mais aberto e livre para a experimentação, existem vários aspectos que podem ser experimentados, de vários recursos podemos dispor, mas eu prefiro acreditar no roteiro antes de tudo. Neste caso da videodança eu acredito muito que o roteiro é a coreografia escrita e é a partir disso que o editor trabalha, e também do esforço e vontade da equipe toda.
Eu acredito que podemos afirmar que a edição cria a coreografia, que os cortes o encadeamento podem criar e recriar a dança o movimento, mas isso num contexto bem maior onde as outra variáveis estão incluídas, como a música, a locação, a dramaturgia, etc.
CJ: Como foi a oficina “Miniclipes de Dança” ministrada pelo videodesigner Marcus Moraes? Como ela influenciou nesses resultados?
A oficina foi uma forma de nos inserir no assunto, dar um pontapé inicial, sabe. A oficina nos mostrou que era possível fazer. O Marcus mostrou-nos um método que nos orientou para o fazer, não podíamos ficar de braços cruzados, o conhecimento se dá pela experiência. Não considero que tenhamos atingidos resultados, de uma forma conclusiva, acredito que estes três vídeos façam parte de um processo de pesquisa, uma experiência a partir do caminho que o Marcus nos mostrou, dai para frente podemos experimentar muito mais.
*Primeiro Corte: podemos dizer que é uma pré-edição do filme, que
seria simplesmente a montagem do filme tal qual está no roteiro. Após
o primeiro corte a equipe assiste o filme e decide quais cenas serão
cortadas ou se deve modificar a ordem de alguma cena para o filme
ter o efeito desejado.
*O termo decupagem tem vários significados que estão em camadas
diferentes, tecnicamente é o planejamento da filmagem, a divisão de
uma cena em planos e a previsão de como estes planos vão se ligar uns
aos outros através de cortes.
*A toda tentativa de se gravar um mesmo plano damos o nome de take.
*Carmen Jorge: Coreógrafa idealizadora do projeto Tecnolaboraterritório.
*PIP POP: Mostra de processo de criação em Videodança.
CJ: Marlon, por que você e os respectivos criadores escolheram o formato de “Clip”, ou seja, imagens seguindo os ritmos da música, para o formato dos videodanças “Lapse” e “Pinko5”?
Talvez porque o formato clipe não tenha sido uma escolha, tenha sido uma condição para a realização dos trabalhos, num bom sentido. Partimos de uma oficina cujo nome era "miniclipes de dança", no nome já tem a palavra clipe, pra começar, na oficina, o exercício era esse mesmo, colocar a imagem na música, no tempo. Ouvi muito a expressão "edição clipada", que é a edição, o corte, no tempo da música. Esse recurso, ainda que muito utilizado, me interessou na pesquisa, e como processo pude aplicá-lo nos dois clipes, com algumas diferenças. Por exemplo: em "Lapse" vemos isso o tempo todo, foi um dos principais recursos e uma das principais escolhas/condição para realização, já em "Pinko5" vemos a edição clipada apenas nos primeiros 3 capítulos, enquanto nos dois restantes a música colabora muito mais para a criação dos ambientes do que para a edição. É interessante observar que nos dois clipes (Lapse e Pinko5) o som só veio depois da edição. Nas fases de pré-produção e produção não havia som nenhum, nem música, haviam idéias do que poderia ser o som ou a música de cada vídeo. Isso difere muito da idéia de clipe, dos clipes da MTV, por exemplo, onde a música é a geradora das imagens, primeiro existe a música depois as imagens e depois as duas coisas sincronizadas. No nosso processo a música só apareceu na pós-produção, depois de um primeiro corte de cada vídeo. Depois desse primeiro corte e das composições do Vadeco prontas é que foram se delineando as edições finais de cada vídeo, e se tornando os clipes de dança.
CJ: Você reconhece o editor como coreógrafo num trabalho de videodança? Em que sentido?
É um pouco difícil dizer isso, porque o editor tem a incumbência de montar as sequências de imagens.De alguma forma pode-se afirmar que o editor exerce uma tarefa no vídeo análoga ao do coreógrafo na cena. Porém é preciso muito cuidado para não haver uma generalização. A função do editor numa obra cinematográfica é montar a sequência de imagens conforme estava prevista no roteiro e gravada na fase de produção, é um trabalho sobretudo técnico, mas conta com o feeling do editor, no fim das contas é o editor que decide exatamente onde começa e onde termina cada plano, qual take ficou melhor, etc, mas estas informações já vem descritas na decupagem, e cabe ao editor optar pelas escolhas do diretor do filme. Obviamente o editor sempre pode modificar alguma coisa, mas sempre com o aval da equipe, não são raros os casos dos roteiros que são modificados na ilha de edição, porque neste momento é que há a materialização do que estava previsto no roteiro e nem sempre funciona, muitas vezes é preciso trocar de lugar, suprimir, reorganizar, para surtir o efeito desejado pelo diretor, e o editor/montador é quem instrumentaliza isso.
No caso do processo videográfico isso não é muito diferente, mas como é um processo muito mais aberto e livre para a experimentação, existem vários aspectos que podem ser experimentados, de vários recursos podemos dispor, mas eu prefiro acreditar no roteiro antes de tudo. Neste caso da videodança eu acredito muito que o roteiro é a coreografia escrita e é a partir disso que o editor trabalha, e também do esforço e vontade da equipe toda.
Eu acredito que podemos afirmar que a edição cria a coreografia, que os cortes o encadeamento podem criar e recriar a dança o movimento, mas isso num contexto bem maior onde as outra variáveis estão incluídas, como a música, a locação, a dramaturgia, etc.
CJ: Como foi a oficina “Miniclipes de Dança” ministrada pelo videodesigner Marcus Moraes? Como ela influenciou nesses resultados?
A oficina foi uma forma de nos inserir no assunto, dar um pontapé inicial, sabe. A oficina nos mostrou que era possível fazer. O Marcus mostrou-nos um método que nos orientou para o fazer, não podíamos ficar de braços cruzados, o conhecimento se dá pela experiência. Não considero que tenhamos atingidos resultados, de uma forma conclusiva, acredito que estes três vídeos façam parte de um processo de pesquisa, uma experiência a partir do caminho que o Marcus nos mostrou, dai para frente podemos experimentar muito mais.
*Primeiro Corte: podemos dizer que é uma pré-edição do filme, que
seria simplesmente a montagem do filme tal qual está no roteiro. Após
o primeiro corte a equipe assiste o filme e decide quais cenas serão
cortadas ou se deve modificar a ordem de alguma cena para o filme
ter o efeito desejado.
*O termo decupagem tem vários significados que estão em camadas
diferentes, tecnicamente é o planejamento da filmagem, a divisão de
uma cena em planos e a previsão de como estes planos vão se ligar uns
aos outros através de cortes.
*A toda tentativa de se gravar um mesmo plano damos o nome de take.
*Carmen Jorge: Coreógrafa idealizadora do projeto Tecnolaboraterritório.
*PIP POP: Mostra de processo de criação em Videodança.
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segunda-feira, 11 de maio de 2009
Pequenas Entrevistas/Angelo Luz
Dando continuidade às atividades que envolvem processo de criação em videodança, Carmen Jorge* faz uma breve entrevista via email, com o artista Angelo Luz sobre o processo de criação e os primeiros resultados configurados na videodança “Pinko5” apresentados na mostra PIP POP* no dia 29/04/09:
CJ: Angelo como você chegou na “coreografia” filmada em sua videodança “PINKO 5”?
A: Para mim a idéia de coreografia se desenvolveu para um estado criativo de movimento, onde minhas vivências corporais encarnadas durante toda a minha história como bailarino se manifestam no momento em que eu decido dançar. A coreografia para PINKO 5 tem uma forte relação com uma certa atitude “poser ironic fake”, e essas imagens me motivaram a dançar e me relacionar com a câmera no momento da filmagem. Fiz alguns estudos prévios,mas não criei nenhuma estrutura fixa.
CJ: Você partiu de algum conceito pré-estabelecido? Se sim qual?
A: Acredito que o conceito de uma obra se constrói durante o processo de criação. Eu tinha algumas idéias sobre o que eu gostaria de mostrar em uma videodança, que foram o ponto de partida. Queria criar algo que se relacionasse bem com a web, fácil de baixar ou assistir on line. Como estética tenho perseguido a ironia, a cultura pós-pop, o kitsch, a música eletrônica, o vídeo clipe e a moda. Essas coisas juntas compõem aquilo que se pode chamar de “conceito” e que para mim está sempre em transformação, como todas as coisas.
CJ: Como foi o processo de criação? O que envolveu e quem?
A: Esse processo começou com a proposta de se criar uma videodança, como um exercício. A partir disso visitei minhas referências, baixei muitas imagens na internet, músicas também. Assisti videoclipes atuais e antigos e busquei entender em que eles se relacionavam. Comecei estruturando a imagem do performer, a partir de uma junção de experimentos que realizei anteriormente, o body painting é um bom exemplo. Criei uma estrutura de arame inspirada nas idéias de parangolé e moldura. Isso tudo já é processo coreográfico. Escolhi o boneco do Snoopy como signo kitsch, elemento lúdico e ícone pop que remete à minha infância. Montei um set de música eletrônica e dancei um pouco pensando na relação com a câmera. Esse foi o início.
A segunda parte foi a filmagem. Várias idéias que me pareciam interessantes se perderam nesse trajeto entre o fotógrafo e eu. Algumas coisas boas surgiram. Pareceu-me que esta etapa tem uma relação muito forte com a linguagem oral, e em como é possível ou não traduzir uma imagem em palavras. Também aí começa uma discussão sobre como criar algo em conjunto com alguém. Nesse sentido acredito que foi um momento essencialmente técnico.
A última etapa foi a edição e sonorização onde o músico e o editor participam mais das escolhas do que pode ou não ser o trabalho. Com certeza o momento mais complexo da criação de um vídeo, penso eu. De novo me parece que são fundamentalmente questões de linguagem oral e de como traduzir idéias em palavras. Nesse entremeio o trabalho se transformou muito e se afastou um pouco dos “conceitos” iniciais em direção a outros, mas mantendo o eixo da discussão. Por falta de tempo algumas coisas não alcançaram a qualidade que eu gostaria. Interessante foi ter aprendido o básico de edição e de sonorização a partir da manipulação dos softwares. Com certeza aí houve um ganho significativo que acredito já poderá ser percebido num próximo trabalho, influenciando diretamente o processo inicial de criação, o que me parece muito válido para o projeto que estamos inseridos: Pesquisa de Linguagens.
*Carmen Jorge: Coreógrafa idealizadora do projeto Tecnolaboraterritório;
*PIP POP: Mostra de processo de criação em Videodança.
CJ: Angelo como você chegou na “coreografia” filmada em sua videodança “PINKO 5”?
A: Para mim a idéia de coreografia se desenvolveu para um estado criativo de movimento, onde minhas vivências corporais encarnadas durante toda a minha história como bailarino se manifestam no momento em que eu decido dançar. A coreografia para PINKO 5 tem uma forte relação com uma certa atitude “poser ironic fake”, e essas imagens me motivaram a dançar e me relacionar com a câmera no momento da filmagem. Fiz alguns estudos prévios,mas não criei nenhuma estrutura fixa.
CJ: Você partiu de algum conceito pré-estabelecido? Se sim qual?
A: Acredito que o conceito de uma obra se constrói durante o processo de criação. Eu tinha algumas idéias sobre o que eu gostaria de mostrar em uma videodança, que foram o ponto de partida. Queria criar algo que se relacionasse bem com a web, fácil de baixar ou assistir on line. Como estética tenho perseguido a ironia, a cultura pós-pop, o kitsch, a música eletrônica, o vídeo clipe e a moda. Essas coisas juntas compõem aquilo que se pode chamar de “conceito” e que para mim está sempre em transformação, como todas as coisas.
CJ: Como foi o processo de criação? O que envolveu e quem?
A: Esse processo começou com a proposta de se criar uma videodança, como um exercício. A partir disso visitei minhas referências, baixei muitas imagens na internet, músicas também. Assisti videoclipes atuais e antigos e busquei entender em que eles se relacionavam. Comecei estruturando a imagem do performer, a partir de uma junção de experimentos que realizei anteriormente, o body painting é um bom exemplo. Criei uma estrutura de arame inspirada nas idéias de parangolé e moldura. Isso tudo já é processo coreográfico. Escolhi o boneco do Snoopy como signo kitsch, elemento lúdico e ícone pop que remete à minha infância. Montei um set de música eletrônica e dancei um pouco pensando na relação com a câmera. Esse foi o início.
A segunda parte foi a filmagem. Várias idéias que me pareciam interessantes se perderam nesse trajeto entre o fotógrafo e eu. Algumas coisas boas surgiram. Pareceu-me que esta etapa tem uma relação muito forte com a linguagem oral, e em como é possível ou não traduzir uma imagem em palavras. Também aí começa uma discussão sobre como criar algo em conjunto com alguém. Nesse sentido acredito que foi um momento essencialmente técnico.
A última etapa foi a edição e sonorização onde o músico e o editor participam mais das escolhas do que pode ou não ser o trabalho. Com certeza o momento mais complexo da criação de um vídeo, penso eu. De novo me parece que são fundamentalmente questões de linguagem oral e de como traduzir idéias em palavras. Nesse entremeio o trabalho se transformou muito e se afastou um pouco dos “conceitos” iniciais em direção a outros, mas mantendo o eixo da discussão. Por falta de tempo algumas coisas não alcançaram a qualidade que eu gostaria. Interessante foi ter aprendido o básico de edição e de sonorização a partir da manipulação dos softwares. Com certeza aí houve um ganho significativo que acredito já poderá ser percebido num próximo trabalho, influenciando diretamente o processo inicial de criação, o que me parece muito válido para o projeto que estamos inseridos: Pesquisa de Linguagens.
*Carmen Jorge: Coreógrafa idealizadora do projeto Tecnolaboraterritório;
*PIP POP: Mostra de processo de criação em Videodança.
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domingo, 19 de abril de 2009
SOBRE A TÉCNICA NO VIDEODANÇA
__________________________________________________
por Vivian Mortean e Marlon de Toledo
A video art assim como a videodança não seguem necessariamente uma continuidade narrativa lógica e linear. Elas se desenvolvem em direção ao discurso metalingüístico do vídeo e à mistura de tipos de arte. Tendo a câmera como ponto de intersecção e aparato mediador da imagem apresentamos aqui assuntos técnicos a respeito das possibilidades de câmera, utilizados como ferramentas no momento da elaboração e realização de um discurso artístico de vídeo.
PLANOS
Um filme é dividido em seqüências, cenas e planos. O plano corresponde a cada tomada de cena, ou seja, à extensão de filme compreendida entre dois cortes. Significa dizer que o plano é um segmento contínuo da imagem estabelecendo uma relação direta com o objeto filmado.
- plano geral: apresenta todo o contexto onde será desenvolvida a ação. Ex: um restaurante
- plano conjunto: apresenta um elemento que compõe o espaço da cena. Ex: a mesa do restaurante.
- plano americano: em relação ao copo humano a imagem se faz da altura dos joelhos para cima
- plano médio: em relação ao corpo humano a imagem se faz da altura da cintura para cima
- primeiro plano ou close: imagem com o rosto de uma pessoa.
- plano detalhe: mostra com muita proximidade detalhes do objeto ou pessoa. Ex: o pé da mesa do restaurante; a orelha de uma pessoa
- primeiríssimo plano: a câmera se faz tão perto do objeto que a imagem vista é praticamente abstrata
- plongé: a câmera está posicionada em uma diagonal baixo-cima
- contra plongé: a câmera está posicionada em uma diagonal cima-baixo
- over the shoulder: a câmera está posiciona por cima do ombro de uma pessoa
MOVIMENTOS DE CÂMERA
As primeira tentativas de se registrar imagens em movimento eram reproduções curtas que se desenvolviam em áreas de um metro quadrado com a câmera sempre em posição fixa. Considera-se que o primeiro filme voltado para captação de movimento o qual se utilizou do movimento de câmera foi em Intolerance (1916), de D.W. Griffth, com a participação da bailarina Ruth St. Dennis*. O movimento de câmera trouxe para a imagem não só a possibilidade de realizar planos contínuos mas também de acompanhar desenvolvimento de uma ação sem a necessidade de cortes.
- panorâmica (pan): movimento de câmera sobre um eixo horizontal
- tilt: movimento de câmera sobre um eixo vertical
- travelling: passeio da câmera pelo espaço
- chicote: movimento brusco da câmera formando uma imagem abstrata; é também utilizado como forma de edição entre planos distintos
- birds eye: passeio de câmera com um olhar superior
NOMENCLATURA TÉCNICA
- dolly: carrinho sobre trilhos muito utilizado na realização de travellings
- câmera na mão: contato direto com a câmera revela na imagem a presença do vídeo maker
- tripé: equipamento para estabilizar a câmera e realizar panorâmicas e tilts com maior precisão
- grua: guindaste utilizado para realizar grandes passeios com a câmera em altura superior ao tripé
- steady cam: equipamento onde a câmera é presa ao corpo do cinegrafista através de amortecedores e cintas elásticas, dando liberdade para a movimentação do cinegrafista sem solavancos nas imagens.
*Dança em Foco, v2. : videodança / curadores Paulo Caldas e Leonel Brum. Rio de Janeiro: Oi Futuro, 2007
*Marcus Moraes, Oficina Miniclipes de Dança. PIP – Pesquisa em Dança: Curitiba, 07 a 12 de dezembro, 2008.
____________________________________________________________
por Vivian Mortean e Marlon de Toledo
A video art assim como a videodança não seguem necessariamente uma continuidade narrativa lógica e linear. Elas se desenvolvem em direção ao discurso metalingüístico do vídeo e à mistura de tipos de arte. Tendo a câmera como ponto de intersecção e aparato mediador da imagem apresentamos aqui assuntos técnicos a respeito das possibilidades de câmera, utilizados como ferramentas no momento da elaboração e realização de um discurso artístico de vídeo.
PLANOS
Um filme é dividido em seqüências, cenas e planos. O plano corresponde a cada tomada de cena, ou seja, à extensão de filme compreendida entre dois cortes. Significa dizer que o plano é um segmento contínuo da imagem estabelecendo uma relação direta com o objeto filmado.
- plano geral: apresenta todo o contexto onde será desenvolvida a ação. Ex: um restaurante
- plano conjunto: apresenta um elemento que compõe o espaço da cena. Ex: a mesa do restaurante.
- plano americano: em relação ao copo humano a imagem se faz da altura dos joelhos para cima
- plano médio: em relação ao corpo humano a imagem se faz da altura da cintura para cima
- primeiro plano ou close: imagem com o rosto de uma pessoa.
- plano detalhe: mostra com muita proximidade detalhes do objeto ou pessoa. Ex: o pé da mesa do restaurante; a orelha de uma pessoa
- primeiríssimo plano: a câmera se faz tão perto do objeto que a imagem vista é praticamente abstrata
- plongé: a câmera está posicionada em uma diagonal baixo-cima
- contra plongé: a câmera está posicionada em uma diagonal cima-baixo
- over the shoulder: a câmera está posiciona por cima do ombro de uma pessoa
MOVIMENTOS DE CÂMERA
As primeira tentativas de se registrar imagens em movimento eram reproduções curtas que se desenvolviam em áreas de um metro quadrado com a câmera sempre em posição fixa. Considera-se que o primeiro filme voltado para captação de movimento o qual se utilizou do movimento de câmera foi em Intolerance (1916), de D.W. Griffth, com a participação da bailarina Ruth St. Dennis*. O movimento de câmera trouxe para a imagem não só a possibilidade de realizar planos contínuos mas também de acompanhar desenvolvimento de uma ação sem a necessidade de cortes.
- panorâmica (pan): movimento de câmera sobre um eixo horizontal
- tilt: movimento de câmera sobre um eixo vertical
- travelling: passeio da câmera pelo espaço
- chicote: movimento brusco da câmera formando uma imagem abstrata; é também utilizado como forma de edição entre planos distintos
- birds eye: passeio de câmera com um olhar superior
NOMENCLATURA TÉCNICA
- dolly: carrinho sobre trilhos muito utilizado na realização de travellings
- câmera na mão: contato direto com a câmera revela na imagem a presença do vídeo maker
- tripé: equipamento para estabilizar a câmera e realizar panorâmicas e tilts com maior precisão
- grua: guindaste utilizado para realizar grandes passeios com a câmera em altura superior ao tripé
- steady cam: equipamento onde a câmera é presa ao corpo do cinegrafista através de amortecedores e cintas elásticas, dando liberdade para a movimentação do cinegrafista sem solavancos nas imagens.
*Dança em Foco, v2. : videodança / curadores Paulo Caldas e Leonel Brum. Rio de Janeiro: Oi Futuro, 2007
*Marcus Moraes, Oficina Miniclipes de Dança. PIP – Pesquisa em Dança: Curitiba, 07 a 12 de dezembro, 2008.
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